Eu não sou diferente... Os outros é que são muito iguais.

20070929

20070927

25/09/2007

A minha primeira (e espero última) anestesia geral.

20070918

Prós & Contras: o Número e o Fenómeno

Pergunta: Qual o ponto alto no "Prós & Contras" de ontem à noite subordinado ao tema "O que muda na Educação"?
Resposta: Quando, após a (ainda insuficiente) intervenção do Secretário-Geral da FENPROF, a sinistra Ministra exclama "não tenho nada a dizer"!
Mas que raio de programa de DEBATE é este, em que o principal actor (aqui, actriz) se escusa a discutir/comentar questões levantadas pelos parceiros sociais? Será que, para além da auto-promoção da sinistra Ministra, o programa serviu apenas para falsear ainda mais as leituras de números (como o desemprego e o aumento de alunos), promovendo junto da opinião pública a imagem de que agora é que a Educação vai entrar nos eixos com esta sinistra "salvadora da pátria"?
Uma vez mais se desvelou a prepotência desta equipa ministerial.
Bastava olhar para a plateia e ver a postura dos dois cães de fila (um deles de camisinha rosa fuchsia) e como trocavam segredinhos e esgares cínicos entre si. Mais pareciam duas miúdas, convencidas e arrogantes, verdadeiras bullies, a fazer escárnio da aluna que participa pertinentemente na aula. Só porque pôs o dedo no ar e até diz coisas acertadas. E principalmente quando o Mário Nogueira e o João Dias intervieram.
O Presidente da Associação Nacional de Professores esteve à altura, mas mesmo assim ficou muito aquém do desejável em termos de assertividade. O Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses acagaçou-se, talvez devido à (ainda) dependência financeira dos Orçamentos, o que é - em boa parte - compreensível, pois os municípios não se podem apenas preocupar com a Educação. Ainda por cima, depois de lhes atirarem para cima dos ombros toda(s) esta(s) função(ões) sem antes os dotarem dos meios necessários para a boa execução da(s) mesma(s). Tomem lá e agora desenrasquem-se... O problema já não é nosso.
Quem também podia ter feito um brilharete era o Canavarro. Mas este foi obrigado, pela atitude da sinistra, a enveredar por outra via.
Apesar de estar sentado ao lado da ministra (prós, teoricamente), o "pai" (ou tio) dos cursos profissionais ainda deu muito nas orelhas da sua vizinha de painel. Quanto aos cursos profissionais, e decorrendo da minha experiência de docente nos últimos 12 anos, acho que esses são muito válidos e necessários. Mas, tal como o seu defensor, penso que a forma como esta ministra e seus lacaios os quiseram enfiar à martelada no seu programa é que está erradíssima.

E agora...

Oficialmente, o desemprego diminuiu entre os docentes porque:
  • A grande maioria perdeu qualquer direito a subsídio, tendo-o esgotado, pois já estão desempregados há 18 meses ou mais, logo salta fora das estatísticas;
  • Outra grossa fatia dos docentes desempregados começou a trabalhar a recibos verdes (AEC e escolas de formação e/ou profissionais), muitas vezes por míseras 8-9 horas semanais, logo salta fora das estatísticas;
  • Muitos outros foram inseridos em programas de formação do IEFP, formação essa da treta (como a que fui obrigada a fazer no início de 2007), logo salta fora das estatísticas;
  • E outros ainda, porque eles próprios têm filhos e família, foram para caixas de supermercado e balcões de lojas para poder manter a alimentação e educação dos descendentes, logo saltam fora das estatísticas.
Oficialmente, o número de alunos aumentou porque:
  • As Novas Oportunidades e seus facilitismos atraíram uma série imensa de "alunos" que já estavam fora do baralho, e no mercado de trabalho, alguns com 30, 40 e 50 anos de idade, logo são contabilizados como mais alunos.
  • Os cursos CEF e outros profissionais atraíram muitos alunos, porque agora estes não têm nada a perder com a ajudinha dos programas de cabeleireiro e cozinheiro, ou seja, uma Via Verde para concluírem o ensino básico/secundário, logo são contabilizados como mais alunos.
  • Os cursos profissionais (nas escolas públicas) foram roubar alunos às escolas profissionais privadas (muitas muito caras), logo são contabilizados como mais alunos.
Àparte: os professores continuam desempregados porque este incremento do número de alunos não é, nem vai ser, acompanhado por profissionais da docência (leia-se, professores), mas por formadores! Os professores vão saltar fora das escolas para dar lugar a formadores, e cada vez mais, principalmente nas áreas dos serviços (hoteleiros, turísticos, empregados de bar, cabelereiros, cozinheiros, padeiros, carpinteiros, mecânicos, acompanhantes de crianças, ...)!!

ADENDA:
Fico mesmo furibunda quando a sinistra Ministra insiste em considerar-me um "candidato a professor", metendo-me a mim - e cerca de outros 8 a 10 mil como eu - no mesmo saco dos jovens que terminaram o curso para o ensino nos últimos 4-5 anos, apesar dos prognósticos. Estes sim, podem ser considerados candidatos a professor, ou nunca deram aulas ou fizeram uma substituição ou outra. Muitos oriundos de instituições ou escolas superiores de educação duvidosas.
Então e eu? (E os 8 a 10 mil como eu?)
Tenho uma licenciatura científica de quatro anos numa faculdade da Universidade de Lisboa. Tenho uma outra licenciatura, da mesma Universidade de Lisboa, no ramo de formação educacional, que me confere a habilitação profissional para a docência.
Tenho 12 anos de contratos renovados com o Ministério da Educação.
Candidata a professor? Eu?...

20070910

All(g)arve

20070902

1984 by Apple

Já nessa altura a Apple estava na vanguarda. Neste anúncio publicitário de excelente gosto, aliam-se duas das minhas coisas favoritas: Macs e George Orwell.