Eu não sou diferente... Os outros é que são muito iguais.

20061130

Os Dedos

Bolsa para leitor de mp3

A minha última criação: uma bolsinha para o shuffle e os earphones (sim, as minhas orelhas não aguentam os outros que estão constantemente a saltar...).


20061128

Sindicalismo

E agora vou a uma reunião no Sindicato.

20061127

IEFP

Fui convocada para uma acção de formação. Vamos lá a ver se me serve de/para alguma coisa!

20061126

Mário Cesariny (1923-2006)

Estado Segundo

Não houve
nunca
acima do mundo
alegre aventura
de um sol militar


Pintor, poeta, romancista e ensaísta português. Surrealista de Lisboa. Figura sempre inquieta e questionadora. Homossexual assumido.

"Gostava de ter daquelas mortes boas, em que uma pessoa se deita para dormir e nunca mais acorda", afirmou em "Autografia".

Ler mais aqui e aqui.

20061125

Goth lives!

Excelente insight. Tiro o meu chapéu. Ainda bem que se mostrou algo mais para além dos putos "mansónicos"!

20061124

Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida


Rómulo de Carvalho/António Gedeão (1906-1997)

«(...) que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.»

Brilhante poeta, professor e historiador da ciência portuguesa, Rómulo de Carvalho licenciou-se em Ciências Fisico-Químicas, exercendo depois a actividade docente. Traduziu como ninguém, a ciência para os leigos, desvendando segredos científicos com a mesma simplicidade com que os exemplificava. Colaborou em revistas da especialidade e organizou obras no campo da história das ciências e das instituições.

Sob o pseudónimo literário de António Gedeão, revelou-se como poeta em 1956 com a obra Movimento Perpétuo. Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção. Mentor e inspiração da geração da "Pedra Filosofal".

Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago de Espada.

Hoje celebraria 100 anos de vida.



Então foi assim que tudo começou...

20061123

Bases

Quatro propostas diferentes de bases para copos. Umas mais tradicionais, outras com um design mais moderno.

Ainda estou em dúvida se envelhecerei o estanho ou não. Talvez nas mais tradicionais...

Para ver mais ao pormenor é só passar pelo Manual de Artes Decorativas.

Aceito encomendas... ;)

Apesar da contestação dos professores...

Governo aprova hoje novo estatuto da carreira docente

Ao fim de seis meses de negociações, a versão final do novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) está concluída e é hoje aprovada em Conselho de Ministros.
As regras deverão começar a ser aplicadas já no início do ano e têm na criação de duas categorias de professor, em vez de uma; na definição de um novo modelo de avaliação de desempenho, a realizar de dois em dois anos; no estabelecimento de quotas e vagas no acesso ao topo da carreira algumas das grandes alterações face ao estatuto actual.

Também hoje será oficialmente constituído o Conselho Científico para a Avaliação de Professores, um órgão contemplado no novo ECD e que terá como missão garantir que a futura apreciação do trabalho dos docentes nas escolas se fará de forma consistente e de acordo com as regras estabelecidas. Conceição Castro Ramos, actual Inspectora-Geral da Educação, foi a escolha da ministra da Educação para presidir ao conselho.
O ECD precisa ainda de ser promulgado pelo Presidente da República e publicado em Diário da República, mas o conselho científico começará já a trabalhar nos parâmetros que vão passar a reger a avaliação dos professores, como a assiduidade, relação pedagógica ou os resultados dos alunos

Mas a história do ECD não se ficará por aqui, com todos os sindicatos, que até ao final manifestaram o seu profundo desacordo com o texto, a prometerem continuar a luta e tentar pela via legal e institucional impedir a aplicação do estatuto.


Fonte: Público, 23/11/2006

20061122

Pequeno-almoço cultural

CCB: 10h00m.
Soube muito bem.

20061121

Diamanda

É já hoje. Ainda não sei se vou poder ir...

A educação hoje em Portugal

Retirado de Ensinar na Escola. Assino por baixo.

«No seguimento do post sobre a proibição de ensinar sugerida no novo ECD, pesquisei o documento e verifiquei que aparecem:

olá a) 90 vezes a palavra EDUCAÇÃO;
olá b) 31 vezes a palavra ACTIVIDADES;
olá c) 12 vezes a palavra ACOMPANHAMENTO;
olá d) 4 vezes a palavra ENRIQUECIMENTO;
olá e) 3 vezes a palavra COMPLEMENTO;
olá f) 3 vezes a palavra ACOMPANHAR;
olá g) 1 vez a palavra LECCIONAR;
olá h) 0 vezes a palavra ENSINAR;
olá i) 0 vezes a palavra ESTUDANTE;
olá j) 0 vezes a palavra ESTUDAR.

Acho que estamos conversados sobre a importância deste novo Estatuto de carreira para o ensino no rectângulo. O "eduquês" e demais derivados ficam claramente cimentados neste documento...!

Estudar, ensinar e estudante são palavras PROIBIDAS no léxico "eduquês" e também no léxico a utilizar no sistema de ensino público...!

Não há dúvidas que a escola do futuro será um espaço onde a prioridade serão as actividades de entretenimento e acompanhamento dos alunos... Se sobrar tempo, então sim, poder-se-á ensinar qualquer "coisinha", mas nada de muito complicado, porque é uma violência :)»
Eu: </suspiro > sic transit gloria educatio portvgali... < /suspiro >

20061119

Domingo. À tarde. Novembro.

Este Natal...

Esta é uma de três molduras que pretendo oferecer ao meu sogro.










Falta passar a patine e envernizá-la. Fá-lo-ei a todas na mesma altura. As outras duas esperam já por mim. Tenho os estudos para os outros dois nomes prontos. É uma questão de meter mãos à obra.


Se tiverem curiosidade em saber como foi o processo de criação, publiquei-o no Manual de Artes Decorativas. Basta seguirem o link.

20061118

Professora agredida com violência por mãe de aluno

2006/11/17

Mãe de aluno deu pontapés e mordeu a docente. Tudo aconteceu durante uma reunião para discutir a indisciplina do estudante. Governo potencia estas agressões «porque trata professores abaixo de cão», diz Fenprof. Saiba como devem agir os professores.

Uma professora da Escola C+S de Esmoriz, em Ovar, foi agredida com violência pela mãe de um aluno durante uma reunião, na quarta-feira à tarde, destina a debater a indisciplina do jovem.Durante o encontro, em que participaram elementos do Conselho Executivo da escola, a encarregada de educação exaltou-se e terá agredido a professora com vários pontapés na perna esquerda, dentadas nos membros superiores e puxões de cabelo.

O caso foi relatado esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias e confirmado ao PortugalDiário por fonte dos Bombeiros de Esmoriz que, juntamente com a GNR, foram chamados ao estabelecimento de ensino no dia dos acontecimentos.

«Recebemos o alerta da escola, por volta das 15:25, e encontrámos a professora muito nervosa com a perna esquerda ferida, os membros superiores com mordidelas, e cabelos arrancados», descreveu Óscar Alves, tripulante da ambulância de socorro, dos Bombeiros de Esmoriz.

Problemas arrastam-se desde Outubro
Os desentendimentos entre mãe e professora remontam a Outubro. Na altura, a docente terá repreendido o aluno pelo facto deste riscar as mesas e cadeiras dentro da sala de aula. Por seu lado, o jovem acusou a professora de o ter agredido, facto prontamente desmentido por quem presenciou os acontecimentos. «Trata-se de uma professora com 22 anos de ensino e que teve sempre um comportamento exemplar», referiu uma fonte ouvida. A partir daí sucederam-se os desentendimentos. A reunião de quarta-feira visava precisamente pôr fim ao impasse, mas terminou da pior maneira.

A docente foi transportada para o Hospital de Ovar e regressou a casa no próprio dia. Ontem não compareceu na escola, tendo-se deslocado à GNR para apresentar queixa-crime, e esta sexta-feira está a gozar o dia de folga.

Contactada pelo PortugalDiário, fonte do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Maceda e Arada escusou-se a prestar declarações, referindo que o caso já foi comunicado às autoridades, incluindo à Direcção Regional de Educação do Centro.

«Se o Ministério da Educação não nos tratasse abaixo de cão»
Vários casos de agressões a professores têm sido relatados nos últimos tempos. O dirigente da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) Francisco Almeida recorda outro caso muito recente de agressão a um docente, por parte de uma mãe, ocorrido há menos de um mês numa escola de Lamego, e que está a ser acompanhado pelos advogados do Sindicato.

Para alterar esta situação «era preciso termos outro país», refere o docente, que ainda aponta algumas causas: «Temos pais no desemprego, uma legislação que não justifica uma falta ao encarregado de educação que sai mais cedo do trabalho para falar com o director de turma». Junte-se-lhe «um Ministério da Educação que põe os professores abaixo de cão e que, sem instigar directamente as agressões, acaba, na prática, por criar condições para que os pais se sintam no direito de bater nos professores», refere.

Não é preciso ir muito longe, segundo este docente, para ver uma forma bem diferente de tratar os professores. «Na Andaluzia há painéis nas estradas com esta frase: «Obrigada professores, sem vocês não seria possível». Deste lado da Península Ibérica, Francisco Almeida garante que a história é outra: «Em Portugal, diz-se aos pais que até podem avaliar os professores».

O que fazer se for agredido
Aos professores vítimas de agressão, a Fenprof aconselha que apresentem queixa junto da GNR ou da PSP e que posteriormente procurem a ajuda do Sindicato.

Fonte: http://www.portugaldiario.iol.pt


Gosto de...

Título: Os Dois Corvos
Autor: Aldous Huxley
Editora: Dom Quixote
Idioma: Português (trad.)
Ilustração: Beatrice Alemagna

20061117

Caixinha de segredos

Enquanto não consigo encontrar o miolo ideal para os marcadores de leitura, ficam aqui uma caixa de madeira e um dos estudos para a sua decoração.

20061116

A (des)educação nacional

Isto a propósito da notícia veiculada ontem sobre como obter o 12.º ano sem frequentar a escola.

Os adultos sem o ensino secundário e com um mínimo de três anos de experiência profissional vão poder obter, a partir de Janeiro, um certificado das suas competências. Este processo é semelhante ao já existente para os adultos que não tenham concluído o ensino básico. Segundo o Público,

"o sistema de certificação de competências de adultos começou a funcionar em 2000 para o ensino básico e já reconheceu legalmente as competências de 50 mil adultos. Até 2010, o Governo espera que sejam certificadas competências a 650 mil pessoas devendo para tal alargar o número de centros dos actuais 270 para 500.
Cerca de 3,5 milhões de portugueses activos têm um nível de escolaridade abaixo do secundário. Deste 2,6 milhões têm no máximo o 9.º ano e mais de 1,5 milhões não têm mais que a 4.ª classe.
Na faixa etária dos 18-24 anos há 485 mil portugueses a trabalhar sem terem frequentado 12 anos de escolaridade.
"

O que me preocupa realmente é a faixa etária dos 18-24 anos...
Imaginemos agora que somos um elemento dessa faixa etária.
O que nos irá na cabeça? Isto:

"Não vale a pena preocupar-me com a educação a nível básico e secundário... As minhas competências são validadas, sem grande esforço... Porque me hei-de chatear e ir para a escola que é uma seca e os profs uns coitadinhos? E depois, ao abrigo do +23, vou para o ensino superior. Já não estudei nada (nem sei nada), e agora posso entrar na universidade sem rigorosamente quase nada fazer... hehe e com o processo de Bolonha, tenho uma licenciaturazeca ao fim de 3 anos, e se me apetecer, ainda posso fazer um mestrado..."
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Resultados para o país:

- a nível político: o sucesso é total; os números da escolarização assim o demonstram. Toda a gente tem a escolaridade (no papel, pelo menos!) como nos restantes Estados membros.

- a nível social: ai que bom que a nossa sociedade está a progredir; já não temos aquele nível de iliteracia, que nos mandava para o fim das tabelas do Eurostat.

- a nível económico: oops que as multinacionais continuam a deslocalizar-se para os países de Leste. Será que é por eles lá serem realmente escolarizados, formados e cultos?!... Ou será que é apenas pelos custos da mão-de-obra e da formação dos trabalhadores a nível das empresas?... Será que eles estão melhor preparados para adaptação, reconversão e polivalência da força laboral?...

Ponham os olhos no exemplo da Irlanda, senhor primeiro-ministro e ministros! Não queiram tomar países nórdicos que estão a km-luz a nível social, político e económico (e certamente os finlandeses nunca "certificaram" competências desta forma!) como termo de comparação.
Nos anos 90, a Irlanda vinha atrás de Portugal. O que fez o governo irlandês com os fundos europeus? Apostou na EDUCAÇÃO!! Não na construção de auto-estradas e na implementação de cursos a fundo perdido que para nada serviam a não ser engordar carteiras (de alguns, claro!) Hoje, a Irlanda está lá, mais próxima da tão almejada Finlândia... E nós, por este andar, vamos na direcção oposta...
Se os senhores continuarem assim, a promover a chico-espertice e a fazer ilusionismo com os números (estatísticas, défice, orçamento), não chegamos lá. Ai não chegamos, não!

20061115

A TLEBS

Não costumo concordar substancialmente com o que Vasco Graça Moura diz, mas neste artigo de opinião publicado no DN de hoje, VGM acertou quase em cheio...

Para os mais distraídos: TLEBS é o acrónimo usado para denominar a nova Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário, adoptada pela Portaria n.º 1488/2004, de 24 de Dezembro, que entrará em vigor muito em breve.

A TLEBS baseia-se numa linguagem técnica de acesso difícil e em conceitos que não fazem parte da gramática tradicional e são desconhecidos da maioria dos professores. Assenta em critérios sintácticos que se sobrepõem aos critérios semânticos em termos radicalmente novos. O T de TLEBS em vez de estar para Terminologia, estaria mais correcto para TEORIZAÇÃO!

Ou seja, aqui está mais um exemplo prático e concreto de que os senhores que estão nos seus gabinetes ministeriais vivem numa realidade paralela (a da(s) teoria(s) e da pedago-demagogia!) sem nunca ter estado in loco. E mesmo no caso do senhor secretário de Estado Valter Lemos que, segundo a página do seu perfil teve 20 valores (O_0) no estágio, deu aulas no ensino secundário durante apenas 7 anos (entre 1978 e 1985)... Acham que está tudo na mesma 20 anos volvidos?! Wake up and smell the roses, senhores políticos!!

20061114

Gosto de...

Título: Come a sopa, Marta!
Autor: Marta Torrão
Editora: O Bichinho de Conto
Idioma: Português
Obs: Prémio Nacional de Ilustração 2004

Amadeo de Souza-Cardoso na Gulbenkian

A exposição dedicada ao pintor português abre ao público amanhã na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com o tema "Amadeo - Diálogo de Vanguardas".
Amadeu de Souza-Cardoso (1887-1918) foi o percursor da arte moderna em Portugal. Viveu em Paris onde tomou contacto primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo.
A exposição é inaugurada hoje, mas só abre ao público amanhã e está patente até 14 de Janeiro, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, e sexta até à 00h00. A entrada custa três euros. Eu vou.

I

E, de súbito, levantou os olhos e viu a sua silhueta reflectida no preto das pupilas da sua avó. “Maria do Carmo,” soou a voz ríspida mas harmoniosa da geração duas vezes acima de si. “Quantas vezes preciso dizer à menina que uma senhora não rói as unhas?!”
Desperta do seu sonho acordado, as palavras da avó soaram longe. Teimosamente os seus pensamentos mantiveram-se afastados do quadro familiar e, uma vez mais, interrogou-se sobre quem ainda usaria o cabelo apanhado numa banana. Só se lembrava de uma figura pública que o fazia. Agustina Bessa Luís. Sim, era verdade, senhora de trato e classe idênticos aos da sua avó, provavelmente de idade análoga.
À sua frente, o corpo alto mas elegante da avó erguia-se como uma majestosa e sapiencial pirâmide, de braços ligeiramente cruzados, não demais - pois uma senhora não cruza os braços - mas o suficiente para comunicar o seu desagrado e reforçar o seu comentário repreensivo numa atitude coordenada. Os olhos azuis faiscavam-lhe. “E que peça de vestuário é essa? A menina parece um comboio fora da estação! Estamos em Novembro, deve usar roupa adequada. Aceito que não queira pôr uma meia de seda ou uma qualquer meia, mas francamente!”
A pouco e pouco, começou a descer da névoa que ainda a rodeava, bruma invisível e imaterial, subproduto da elevação onírica para a qual inconscientemente deslizara antes da chamada à terra decorrente das palavras da avó. Major Tom to ground control. “Mas Avó Rosarinho,” toda a gente tratava a matriarca da família pelo diminutivo, “estamos no verão de São Martinho.” A avó deu dois passos para a esquerda dirigindo-se à escrivaninha, verdadeira antiguidade, onde guardava os seus caderninhos de apontamentos. Antes de parar à frente do móvel, desviou-se um pouco e fechou as cortinas de organza branca, ainda ponderou se deveria puxar os pesados reposteiros, mas dois, no máximo três segundos depois, largou o puxador e manteve-os abertos. “Mas que coisa ignóbil, esparramada no meio do soalho!” continuou asperamente. “Mas Avó Rosarinho,” repetiu a jovem, “estou a aproveitar o resto do calor do sol…”
A vetusta senhora ainda olhou para trás antes de abandonar a sala, mas rapida e firmemente fechou as portas à sua saída.

20061112

Manifesto europeu em defesa do ensino e da cultura

Afinal não é só cá por terras de Viriato...
A tradução abaixo transcrita é da autoria de José Luiz Sarmento, autor do blog Lyceum.


«Os abaixo assinados, professores, intelectuais e cidadãos preocupados com a situação do ensino e da cultura na União Europeia,

MANIFESTAM AO PARLAMENTO EUROPEU

1. Que os sistemas educativos devem ter como objectivo principal a promoção do maior nível cultural possível entre a populaçã
o em geral, e não simplesmente a escolarização de um determinado grupo etário. Que, para possibilitar a aprendizagem, devem inculcar o valor do esforço individual e o respeito pelo professor. Que o sistema educativo deve estar orientado para uma avaliação dos conhecimentos realmente adquiridos por cada aluno.
2. Que para isto é imprescindível dar aos alunos uma formação suficientemente sólida desde o início da escolarização. Para além disto, elevar o nível cultural da população requer um
reforço da aprendizagem científica e humanística no Ensino Secundário.
3. Que a imposição por parte de alguns Estados de políticas educativas baseadas na impropriamente chamada «pedagogia moderna» e em noções como o «construtivismo» (que ocultam, por trás duma aparente inovação, o desprezo pelos elementos fundamentais da aprendizagem e consequentemente também pelos alunos, a quem eles são sonegados) não fez mais que
minar a transmissão do conhecimento.
4. Que, neste sentido, é preciso
estabelecer claramente as diferenças entre o Ensino Primário (instrução nos domínios fundamentais) e o Ensino Secundário (atenção especial aos conhecimentos científicos e humanísticos). Que a habilitação final do Ensino Secundário deve ser legalmente reconhecida em toda a UE, gozar de identidade própria e ter duração suficiente, representando bem mais do que um simples patamar de acesso à Universidade ou aos estudos superiores de formação profissional.
5. Que a homologação dos conhecimentos nos Estados membros deve basear-se na sua avaliação individual por parte dos professores e dos próprios Estados mediante
provas gerais no fim dos ciclos secundários.

Consequentemente, os abaixo assinados

APRESENTAM A SEGUINTE PETIÇÃO AO PARLAMENTO EUROPEU:

Que o Parlamento Europeu inste os Estados membros a:

- Ter em conta as propostas educativas dos docentes, que são os únicos verdadeiros profissionais do ensino, em todos os níveis académicos, em lugar de lhes impor - muitas vezes em detrimento da liberdade de ensino - uma incessante e estéril programação de actividades. Promulgar a legislação necessária para que os professores sejam devidamente respeitados.
- Dar prioridade à formação nos saberes fundamentais, como a Língua Materna e a Matemática, desde o início da escolarização. Promover uma instrução eficaz nos conhecimentos ligados a estas áreas e dotá-las da carga horária necessária à sua aprendizagem.
- Garantir uma formação adequada nas ciências e nas humanidades em todo o Ensino Secundário, favorecendo o conhecimento na tradição europeia da crítica e do Iluminismo, contrariamente ao preconizado na «estratégia de Lisboa» que reduz a escola a um «serviço» e o saber a um conjunto fragmentado de «competências».
- Garantir, no quadro da convergência europeia, um diploma final do Ensino Secundário subsequente a um curso com a duração mínima de três anos, diploma esse homologado pelas Administrações educativas através dum exame directo dos conhecimentos dos alunos, independentemente dos seus estabelecimentos de origem e da avaliação contínua.»

Fonte: Lyceum

Os sublinhados a negro são da minha autoria. Não os apliquei na segunda parte do texto pois seria tudo.

Eu já assinei. Quem me quiser acompanhar, faça-o aqui: Manifesto europeu em defesa do ensino e da cultura.


20061111

Guilty Guilty Guilty

Diamanda Galás

Fui vê-la e ouvi-la e senti-la, ainda nos anos 90, no CCB. Já cá voltou e vai voltar novamente no próximo dia 21 (Lisboa: CCB). Infelizmente não deverei ter cash flow suficiente para voltar a experimentar a sensação. A menos que a terrível SS* me pague o que me deve... a tempo.

De qualquer forma, fica aqui a apresentação que está no sítio do CCB:


"As capacidades performativas aliadas à portentosa voz de Diamanda Galás transformam as suas apresentações em palco numa experiência extra-sensorial. É talvez por essa razão que alguns dos seus álbuns mais aclamados se apresentem em formato ao vivo. Plague Mass, Malediction & Prayer e os mais recentes La Serpenta Canta e Defixiones: Will and Testament, Orders from the Dead ajudaram a fazer chegar ao público que nunca teve o privilégio de ver um concerto seu a excelência da artista norte-americana.
Três anos após as últimas edições discográficas, Galás aventura-se por um repertório que apresenta, entre outros temas, versões de canções celebrizadas por Johnny Cash, Frank Sinatra e Edith Piaf. Guilty Guilty Guilty é o nome desta nova experiência que não deixa de parte composições originais da artista, sempre vagueando entre trágicas canções de amor homicida e morte. (...)
Com uma consciência socio-política apurada, Galás aposta em obras polémicas, poéticas mas complexas e interventivas. Compõe e canta em diversas línguas (latim, grego, arménio, castelhano, hebraico, francês e inglês) com influências vindas de áreas tão distintas quanto o jazz, a ópera e os blues. Em Vena Cava vagueou entre exercícios de spoken word e cânticos a capella e em The Sporting Life, com a ajuda de John Paul Jones (Led Zeppelin) aproximou-se do universo pop/rock. Editados em simultâneo no final de 2003, os álbuns duplos La Serpenta Canta e Defixiones: Will and Testament são os mais recentes registos discográficos de Galás, que se prepara para apresentar um novo disco em 2007."

Ler na íntegra aqui.
CCB:
21 de Novembro de 2006
21h00 Grande Auditório

* Isto fica para outro post.

TEM

Os anglófonos (e os anglófilos) chamam-lhe WIP - Work In Progress.
Pois eu, teimosamente, prefiro chamar-lhe TEM - Trabalho Em Mãos.
E aqui têm o meu primeiro TEM.



À esquerda, uma base para dois copos e, à direita, dois marcadores de leitura. Os dois marcadores foram compostos directamente no estanho.


Professora grávida agredida por aluno

2006/11/11 | 11:39

Rapaz de 13 ano foi suspenso, mas tentou voltar à escola. GNR impediu-o.

Uma professora da Escola Básica de Cabeça Santa, Penafiel, foi agredida a murro por um aluno de 13 anos, na passada terça-feira, noticia a edição deste sábado do JN. Segundo o jornal, a docente está grávida e, após a agressão, recorreu ao Hospital do Vale do Sousa, receosa de perder o bebé.

O JN avança que é a segunda vez que, durante este ano lectivo, o adolescente agride violentamente um professor. O rapaz foi suspenso, mas, esta sexta-feira, tentou ir à escola. Foi preciso chamar a GNR para impedi-lo de entrar no estabelecimento de ensino.

«Ele arma-se em Rambo e agride toda a gente, por tudo e por nada», desabafa, receosa, uma aluna, em declarações ao jornal. O rapaz é conhecido por ser destemido, andar de navalhas no bolso, de ter facilidade na argumentação em defesa pessoal (sempre que lhe chamam à atenção) e de, apesar da idade, ter de ir responder, dentro de dias, perante um juiz do Tribunal de Penafiel, por agressões físicas.

Na passada terça-feira, a professora de Inglês chamou-o à atenção por mau comportamento e terá avisado de que o punha fora da sala de aulas. Terá sido então que o aluno deu um murro na professora, como consta da participação interna, feita por um funcionário.

Após este incidente, alguns pais elaboraram um abaixo-assinado pedindo a expulsão do aluno, reincidente neste tipo de agressões. No ano passado, foi expulso da escola, por duas vezes, também por ter agredido um professor e uma auxiliar educativa.

Ainda não foi desta...

20061110

Violência nas escolas tem origem na família

2006/11/10 | 12:54
Especialistas dizem que os pais renunciam à imposição da autoridade

Especialistas em educação defenderam esta sexta-feira que o aumento da violência escolar se deve em parte a uma crise de autoridade familiar, onde os pais renunciam a impor disciplina aos filhos, remetendo-a para os professores.

Vários especialistas internacionais estão reunidos na cidade espanhola de Valência a analisar até sábado o assunto «Família e Escola: um espaço de convivência».

Os participantes no encontro, dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas, o que obriga a «um esforço conjunto da sociedade», refere a agência Lusa.

«As crianças não encontram em casa a figura de autoridade», um elemento fundamental para o seu crescimento, disse na conferência inaugural do congresso o filósofo Fernando Savater.

«As famílias não são o que eram antes, um núcleo muito amplo e hoje o único que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa», sublinhou.

Para Savater os pais continuam a «não querer assumir qualquer autoridade», preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos «seja alegre» e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinar quase exclusivamente para os professores.

No entanto e quando os professores tentam ter esse papel disciplinador, «são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que intentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os».

«O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar», sublinha.

Os professores, afirma, não podem ser deixados sós, e a liberdade «exige um componente de disciplina» que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

«A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara», afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, «uma oportunidade e um privilégio».

Savater explicou que é essencial perceber que as crianças hoje não são mais violentas ou mais indisciplinadas que antes, mas que hoje «têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos».

"Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia", afirmou.

Daí que mais do que reformas aos códigos legislativos ou às normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo que «mais vale dar uma palmada, no momento certo» do que permitir as situações que depois se criam.

Como alternativa à palmada, oferece outras, como suprimir privilégios, alargar os deveres ou trabalhos de casa.

Fonte: www.portugaldiario.iol.pt

Fiapos de luz...

... rasgos de paixão. Dia Um.