Óscar e relas
Às vezes apetece-me fazer como o Oskar Matzerath e recusar-me a crescer. O tempo está a passar depressa demais e a escapar-me por entre os dedos. Tempo, por exemplo, para ler Im Krebsgang (A Passo de Caranguejo), que está numa estante cá de casa há já alguns anitos... Mas antes de atacar a crustácea leitura, e após terminar o Süskind que tenho em mãos, pretendo reler Unkenrufe (Mau Agoiro). Esta é uma das minhas obras preferidas de Günter Grass. Talvez pela ironia. Talvez pela ideia utópica, quase romântica, da construção de um cemitério (com crematório), unindo assim na morte os que foram separados e desterrados - tanto política como inesperadamente - pela gadanha da guerra. Talvez pela importância da Pátria e da Mátria, e da ausência das mesmas, ou da não correspondência entre uma e outra, entre aquela do coração e a do papel. Talvez pela indefinição dos diferentes alemães e não só! do pós-queda aos nossos dias. Talvez por todo o desencanto. Do autor, da História, da estória, das personagens.
Para quem não sabe, Grass é também um excelente aguarelista.
Para quem não sabe, Grass é também um excelente aguarelista.
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