Origami stars
Achei-as uma ternura.
RASGOS DE PAIXÃO
Postado por Vee às 22:41 0 comentários
Hoje é o quarto dia sem fumo. Ainda não há vítimas mortais e/ou danos colaterais a reportar...
Postado por Vee às 10:41 1 comentários
Reacções alérgicas graves com fraqueza e/ou desmaio e dificuldades em respirar (necessitam de cuidados médicos imediatos pois algumas delas como a dificuldade em respirar podem pôr a vida em risco).Parece a descrição de alguma doença grave. Mas não. Trata-se apenas dos efeitos secundários que constam da bula do medicamento que me foi receitado para a sinusite aguda. Go figure!
Insónias e pesadelos, cansaço, tonturas, nervosismo, ansiedade, tremores, formigueiros, confusão, zumbidos, depressão e alterações da personalidade, alucinações e reacções psicóticas.
Perturbações da visão, do equilíbrio e da coordenação de movimentos.
Boca seca, inflamação na boca ou na língua, alterações (ou mesmo perda) do olfacto e/ou sabor, falta de apetite, indisposição do estômago, gases, prisão de ventre.
Fraqueza muscular, dores, dores lombares, dores na bacia, dores no peito, dores na perna, músculos ou articulações, dores nos tendões, ruptura do tendão.
Aceleração dos batimentos do coração, palpitações, paragem cardíaca, aumento ou diminuição da pressão sanguínea, dificuldade em respirar, inchaço na face, nas mãos, tornozelos ou pés.
Erupção na pele, comichão, pele seca, suores.
Pode afectar certos componentes do sangue provocando sintomas como febre, dor de garganta e sensação de mal estar geral.
Hepatite. Colite pseudomembranosa (manifesta-se por uma forte diarreia necessitando de cuidados médicos imediatos pois pode pôr a vida em risco).
Pode também provocar alterações nos resultados de certas análises sanguíneas.
Postado por Vee às 21:27 0 comentários
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.
Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.
Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.
Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.
Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.
Que loucura, meu Deus! Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente
uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
Postado por Vee às 00:01 5 comentários