Balancete
Estou cansada. E ainda tenho tanto para organizar. As planificações têm que ser refeitas, pois devem ser entregues seguindo um modelo uniforme pré-definido. Pré-definiram, mas não indicaram essa mesma pré-definição. Se calhar queriam que nós a adivinhássemos. Concluindo, todas aquelas horas de trabalho foram ao ar. Estupidamente. Só espero que agora não imponham um novo prazo irreal para cumprirmos...
Os meninos já começaram a ter faltas de material, apesar de terem sido avisados logo no primeiro dia para fazer fotocópia das páginas a serem usadas, caso ainda não tivessem os manuais. Aconselhei-os a pedirem os livros emprestados a quem já os tivesse e indiquei-lhes a biblioteca escolar e a sala de estudo, onde poderão encontrar exemplares dos livros, o que tive o cuidado de verificar pessoalmente. Até me disponibilizei a fornecer os meus. Nada. As três faltas de material, marcadas na caderneta, já acumularam para faltas injustificadas no livro de ponto. Preocupados, eles? Nada. As faltas de trabalho de casa vão pelo mesmo caminho. Nem sequer há desculpa possível: quando marco o TPC, sabem perfeitamente qual a página que necessitarão fotocopiar. Se não querem fotocopiar, podem pedir emprestado o livro e fazer o TPC pedido. Alguns fazem isso mesmo. Outros tentam fazer "colar" a justificação de não terem livros. Irresponsáveis. Desinteressados. Desligados. Estão "nem aí". Porquê? Graças à política do nosso M(in)istério da Educação, com a ilustre sinistra a vir à comunicação social anunciar que o objectivo é 100% de sucesso escolar. Está claro para os meninos como.
As reuniões intercalares já estão marcadas. Algumas sobrepõem-se a aulas minhas. Como devo proceder? Ninguém mo diz. Além do mais, não tenho qualquer interesse/vantagem em perder aulas com as minhas turmas, principalmente no 8.º ano, em que temos apenas duas vezes 45 minutos por semana, e onde é suposto eu encaixar à martelada - ou, talvez, com um maço dos calceteiros! - um programa em quase tudo igual àquele que tínhamos quando as aulas eram três vezes por semana e de 50 minutos cada. Reuniões, essas, quase na semana anterior à dos testes. Isto implica revisões e consolidação de matérias a serem testadas. Reuniões essas na semana anterior ao Halloween, para o qual já tenho uma actividade planificada, e não gostarei nada se me vir obrigada a dela abrir mão. Eu ensino a língua, é verdade, mas tão ou mais importante que a língua são as culturas. Sem conhecerem a(s) sua(s) cultura(s), a língua torna-se estéril.
A minha aventura com os surdos está a tornar-se um desafio daqueles! São teimosos. Irredutivelmente arrogantes. Nunca pensei! Parecem julgar que, por serem surdos, não devem seguir regras.
Eh bien.
Os meninos já começaram a ter faltas de material, apesar de terem sido avisados logo no primeiro dia para fazer fotocópia das páginas a serem usadas, caso ainda não tivessem os manuais. Aconselhei-os a pedirem os livros emprestados a quem já os tivesse e indiquei-lhes a biblioteca escolar e a sala de estudo, onde poderão encontrar exemplares dos livros, o que tive o cuidado de verificar pessoalmente. Até me disponibilizei a fornecer os meus. Nada. As três faltas de material, marcadas na caderneta, já acumularam para faltas injustificadas no livro de ponto. Preocupados, eles? Nada. As faltas de trabalho de casa vão pelo mesmo caminho. Nem sequer há desculpa possível: quando marco o TPC, sabem perfeitamente qual a página que necessitarão fotocopiar. Se não querem fotocopiar, podem pedir emprestado o livro e fazer o TPC pedido. Alguns fazem isso mesmo. Outros tentam fazer "colar" a justificação de não terem livros. Irresponsáveis. Desinteressados. Desligados. Estão "nem aí". Porquê? Graças à política do nosso M(in)istério da Educação, com a ilustre sinistra a vir à comunicação social anunciar que o objectivo é 100% de sucesso escolar. Está claro para os meninos como.
As reuniões intercalares já estão marcadas. Algumas sobrepõem-se a aulas minhas. Como devo proceder? Ninguém mo diz. Além do mais, não tenho qualquer interesse/vantagem em perder aulas com as minhas turmas, principalmente no 8.º ano, em que temos apenas duas vezes 45 minutos por semana, e onde é suposto eu encaixar à martelada - ou, talvez, com um maço dos calceteiros! - um programa em quase tudo igual àquele que tínhamos quando as aulas eram três vezes por semana e de 50 minutos cada. Reuniões, essas, quase na semana anterior à dos testes. Isto implica revisões e consolidação de matérias a serem testadas. Reuniões essas na semana anterior ao Halloween, para o qual já tenho uma actividade planificada, e não gostarei nada se me vir obrigada a dela abrir mão. Eu ensino a língua, é verdade, mas tão ou mais importante que a língua são as culturas. Sem conhecerem a(s) sua(s) cultura(s), a língua torna-se estéril.
A minha aventura com os surdos está a tornar-se um desafio daqueles! São teimosos. Irredutivelmente arrogantes. Nunca pensei! Parecem julgar que, por serem surdos, não devem seguir regras.
Eh bien.