Eu não sou diferente... Os outros é que são muito iguais.

20070822

K4 quadrado azul

Eu não sou uma list kind of guy, mas não dispenso a minha agenda anual. É verdade que encontro alguma adversidade em adquirir a agenda ideal para mim tendo em conta que a profissão faz com que o meu "ano" comece em Setembro. Contudo, lá vou usando os moleskine porque simplesmente os acho irresistíveis no seu minimalismo exterior ou as do sindicato quando o seu grafismo ainda é aceitável (raro, muito raro!). Quando ainda era estudante e os moleskines ainda não tinham sido reeditados (pelo menos cá), usava os caderninhos de capa preta e cantos em tela, comprados na Papelaria Fernandes da Rua do Ouro. Dispensava a agenda propriamente dita, com os dias do mês e da semana, e organizava os meus "afazeres" introduzindo a página com, a título de exemplo, a informação "Seg, 20/08".
Escolhia preferencialmente os de folhas lisas, mas de quando em vez usava os quadriculados, nunca os pautados. Não me perguntem porquê porque não sei. Ainda hoje não consigo usar cadernos pautados. Todos os meus apontamentos da última década estão em cadernos de capa preta A4 quadriculados. Há-os com todos as temáticas e mais alguma, desde rabiscos assentes nos seminários a espécies de livros do professor onde registava as cotações de todas as perguntas de todos os testes de todos os alunos, bem como actas de reuniões intercaladas por ideias para questões de composição que me assolavam em momentos isolados e íam sendo casualmente dispersas pelas folhas povoadas por números atrás de números. A par destes cadernos, ía mantendo um mais pequeno, quase sempre A6 ou perto disso, que viajava na minha mala com uma caneta de tinta permanente de aparo recortado que prendia à sua capa, muitas vezes dentro do mesmo à laia de marcador.
Usava-os essencialmente durante a viagem de comboio de vinte minutos até Lisboa. Muito produzi nestes quarenta minutos diários. Desses outros há que guardo ainda. Brincava com as palavras, organizando-as pela sonoridade e cadência, julgando escrever a inefável poesia da juventude, ou então simplesmente as registava, um chorrilho de frases abundantes e rebuscadamente ataviadas ou nem por isso, muito ao estilo da escrita automática de Almada Negreiros. Pelo meio, reflexões da vidinha. Muitos fiapos. E alguns rasgos.

2 comentários:

Maria Felgueiras disse...

Eu adoro listas, agendas, cadernos, caderninhos, blocos, bloquinhos, canetas e lápis e tudo o que se possa comprar em papelarias. Tenho guardado, ao longo dos anos, as agendas e blocos de anotações num baú branco, em cima do qual o Pantera dorme grandes sonecas, e volta e meia vou vasculhar e recordar.

Mas acontece-me também muitas vezes começar a escrevinhar num caderno ou bloco e depois passar para outro, assim abandonando cruelmente o primeiro que nunca vem a ser totalmente escrito.

Curiosamente comprei o meu primeiro Moleskine na semana passada. :D

Beijos

Vee disse...

Eu também adoro tudo o que seja stationery: canetas, lápis, blocos e cadernos, agrafadores e furadores, marcadores e etiquetas, sei lá...! Mas não sou de fazer listas. Ou não era, porque o que está na origem deste post é um desejo súbito de fazer uma determinada lista lol Mas adianto pormenores depois...